A HISTÓRIA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO



Muitos países consideram a língua falada no Brasil independente. Apesar de muitos acharem que tudo é uma coisa só e que as diferencas estao apenas em algumas palavras no vocabulário, no uso dos pronomes e acharem ainda que no Brasil, fala-se errado, em contraponto a Portugal.


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O tráfico de escravos começou com a introdução do cultivo da cana-de-açúcar na capitania de São Vicente (que corresponde a parte do atual estado de São Paulo), no Recôncavo Baiano e em Pernambuco, no começo da colonização. Ele se intensificou no século XVII, espalhando-se por todas as regiões ocupadas pelos portugueses. Os escravos acabaram aprendendo o português, para se comunicar com os seus senhores. O lingüista Mattoso Camara Jr., em História e Estrutura da Língua Portuguesa, afirma que, no Brasil, os escravos chegaram a desenvolver um português crioulo, tal como ocorreu nas colônias africanas.

Camara Jr. diz ainda que os africanos também se adaptaram à língua geral de origem indígena, que continuava a ser a mais falada entre os colonos. "Um texto do padre Antonio Vieira, de 1694, diz que a língua que as famílias portuguesas falavam em São Paulo era a dos índios", afirma o pesquisador Jaqueson da Silva, aluno de pós-graduação em Teoria Literária na Unicamp. "E os filhos dessas famílias aprendiam o português na escola", completa.

Após mais de dois séculos de condição minoritária do uso do português no Brasil em relação à língua dos nativos, sua predominância no país começa a se dar a partir da segunda metade do século XVIII. Com a exploração do interior pelos bandeirantes, iniciada no fim do século XVII, e a descoberta das minas de ouro e diamante, aumenta o número de imigrantes portugueses que chega ao Brasil para ocupar os novos centros econômicos. O crescente número de falantes do português começa a tornar o bilingüismo das famílias portuguesas no país cada vez menor. Em 17 de agosto de 1758, a língua portuguesa se torna idioma oficial do Brasil, através de um decreto do Marquês de Pombal, que também proíbe o uso da língua geral. No ano seguinte, os jesuítas, que haviam catequisado os índios e produzido literatura em língua indígena, foram expulsos do país por Pombal.

Muitos nomes de plantas, frutas e animais brasileiros têm origem no tupinambá.

Alguns exemplos são abacaxi, araticum, buriti, caatinga, caju, capim, capivara, carnaúba, cipó, cupim, curió, ipê, imbuia, jaboticaba, jacarandá, mandacaru, mandioca, maracujá, piranha, quati, sucuri e tatu. A toponímia, ciência que estuda a origem dos nomes de lugares, também revela um grande número de palavras indígenas na fala do brasileiro: Aracaju, Avaí, Caraguatatuba, Guanabara, Guaporé, Jabaquara, Jacarépaguá, Jundiaí, Parati, Piracicaba, Tijuca, etc. A influência indígena também acabou propiciando a criação de expressões idiomáticas, como "andar na pindaíba" e "estar de tocaia", que são marcas linguísticas de uma cultura específica.

Os africanos do grupo banto e ioruba deixaram um legado próprio na cultura do nosso país. A culinária afro-brasileira tem o abará, o acarajé e o vatapá; e o candomblé tem orixá, exú, oxossi, iansã. O quimbundo, língua falada em Angola, emprestou ao português do Brasil palavras do vocabulário familiar, como caçula, cafuné, molambo e moleque. Termos que expressavam o modo de vida e as danças dos escravos, como senzala, maxixe e samba, também se incorporaram ao nosso léxico.

Certas comunidades africanas no Brasil, além de falarem o português, preservaram a sua língua de origem, que se mantém viva no país até os dias de hoje. É o caso dos habitantes do Cafundó, um bairro rural do município de Salto de Pirapora, no estado de São Paulo.

Alguns estudiosos afirmam que as influências não se restringiram apenas ao vocabulário. Jacques Raimundo, em O Elemento Afro-Negro na Língua Portuguesa, aponta algumas mudanças fonéticas, iniciadas na fala dos escravos, que ainda se mantêm em algumas variedades do português do Brasil: as vogais médias pretônicas "e" e "o" passam a ser pronunciadas como vogais altas, respectivamente "i" e "u" (mininu, nutiça); as vogais tônicas de palavras oxítonas terminadas em "s", mesmo as grafadas com "z", se tornam ditongos (atrais, mêis, vêis); a marca de terceira pessoa do plural, nos verbos do pretérito perfeito, se reduz a "o" (fizero, caíro, tocaro)

Em 1822, Jerónimo Soares Barbosa registrava em sua Grammatica Philosophica, uma peculiaridade sintática, originada na fala dos escravos, que até hoje é apontada como uma das distinções entre o português falado em Portugal e o que se fala no Brasil: a colocação de pronomes átonos antes dos verbos (mi deu, ti falô).

Após a independência do Brasil, o tráfico de escravos diminui, até cessar por volta de 1850. Muitos índios se miscigenaram e novos imigrantes europeus, como alemães e italianos, chegaram ao país. O novo contato do português brasileiro com outras línguas foi um dos fatores que gerou as diversas variedades regionais existentes hoje no Brasil.

Na segunda metade do século XIX, os autores do Romantismo tentam retratar em sua obra uma brasilidade que distingua a ex-colônia de Portugal. Além de exaltar a figura do índio, autores como José de Alencar trazem para a literatura a linguagem própria do brasileiro. O movimento modernista, no começo do século XX, retoma a idéia romântica de resgate das origens e construção de uma identidade própria, com projetos como a Gramatiquinha da Fala Brasileira, pensada por Mário de Andrade.

A discussão sobre as distinções entre a fala de Portugal e a do Brasil se mantêm até hoje. A nossa estrutura gramatical continua bem próxima do português europeu. O brasileiro incorporou empréstimos de termos não só das línguas indígenas e africanas, mas do francês, do espanhol, do italiano, do inglês. Mas a maior parte do nosso vocabulário é idêntica a do português europeu. As diferenças fonéticas são notáveis.

E algumas distinções semânticas também se verificam em palavras como "estação" e "trem", que em Portugal são "gare" e "comboio". Para o lingüista brasileiro Mário Perini, professor convidado da Universidade do Mississipi, nos EUA, as mudanças na língua são naturais, e pode até ser que um dia a fala do brasileiro chegue a ser considerada um idioma distinto do português europeu.

Fonte: http://www.comciencia.br/reportagens/linguagem/ling03.htm

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ALÔ BRASIL!!!

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